CASA DO ALENTEJO

Ao acaso ontem entrei na Casa do Alentejo.
Emblemática é a arquitectura com inspiração nítida nos árabes. É um local mágico e único dentro da cidade e ainda funciona como associação cultural com direcção e com muito trabalho voluntário. Uma entrada nos lavabos para aliviar a água às azeitonas e entramos num outro século, os urinóis e o lavatório são do século XVIII e deixam-nos num fascínio pelo que realmente foi em outrora o luxo da civilização. Mas não é só. Os petiscos que servem são divinais por um preço que se torna irrisório face aos demais restaurantes e cervejarias que se encontram ao seu redor geograficamente. Lembrei-me do meu amigo baterista, que uma vez na minha casa abancou ao lado da mesa pequenina para degustar bivalves, pois têm lá umas ameijoas à bolhão pato que fazem crescer água na boca, ovos mexidos com farinheira, salada de polvo, salada de grão de bico com bacalhau, chouriço assado, sopa e como não poderia deixar de ser açorda à alentejana. Como pano de fundo um painel pintado a óleo alusivo á reforma agrária datado de 1980. Ao lado do bar existe também uma sala para refeições com cozinha tradicional e uma sala nobre, o salão dourado. Tudo duma beleza estrema.
O que mais me cativou foi o bom ambiente, gente jovem descontraída ligada às artes e à cultura com o os olhos pregados no futuro e com os pés assentes no presente com vontade de mudar o sistema que sabem ser impossível de mudar. Boa musica com DJ de serviço que põe musica que já lembra a ninguém. A juntar a tudo isto bebem-se mines a 50 cêntimos e Super Bock a 80, vinho tinto e branco ao jarro. Obrigado aos amigos que me acompanharam e um sorriso à minha loirinha.
Boa visita.