EDP + GOVERNO = 6%

Muito se tem falado nos últimos dias na entidade reguladora da EDP, que apresentou para os consumidores domésticos um aumento que assenta em 15,7%. Esta entidade reguladora veio a público com esta notícia depois de ter analisado que a produção de energia electrica teria de sofrer um ajuste para combater o défice face à produção.

Podemos perguntar se neste caso uma empresa a operar há já vários anos em Portugal, a EDP, nunca fez nada para alterar a dependência do petróleo e para diminuir os custos dos consumos, quer doméstico quer industrial? O governo achou, e muito bem, que este aumento era excessivo para a carteira dos portugueses, e fez saber que esta medida iria ser revista por baixo fixando-se entre os 6 e os 8%. Declarou hoje na Assembleia da Republica que o aumento será de 6% para o consumo doméstico.

Outra pergunta podemos fazer, de quanto é que vai ser o aumento dos ordenados dos que recebem menos em Portugal? Certo que não irá além dos 2%. Perguntemos então se quem recebe o ordenado mínimo ou vive duma pensão baixa vai ser aumentado 6%. Resposta óbvia para um povo que de tanto apertar o cinto já não tem cintura. Mas quem recebe por exemplo 500€ mensais já é rico e pode pagar este aumento? Mais uma vez temos uma resposta negativa. Este país está pela ponta dos cabelos e ainda a procissão vem no adro. O Sr. Primeiro Ministro veio a público, como que defender os mais desfavorecidos e dizer que o aumento é menos de metade do que estava previsto. É um salvador da pátria este homem que prometeu na sua candidatura que não aumentaria os impostos. Lembra-se?
Mas além de tudo isto o que mais há para lastimar é que este órgão da EDP, a entidade reguladora como lhe chamam, já tinha na manga um aumento de 6% para o ano de 2007, medida concordada com o Governo de José Sócrates. Numa jogada politica pouco inteligente o PS vem anunciar duma forma pouco fidedigna que são os maiores quando sabiam de ante mão que o aumento previsto é de 6%.
Uma empresa gerida em regime "Golden Share", que apresenta lucros brutais, vem a público dizer que os aumentos devem-se aos custos da produção de energia eléctrica que está a dar prejuízo há muitos anos, causa que os sucessivos governos, PS e PSD, nunca souberam resolver enquanto estiveram à frente deste país.