terça-feira, março 28, 2006

TINTA PERMANENTE


Lascivos são os riscos
Que contornam as palavras
Que saem do bico da minha
Caneta, de tinta permanente.
Lentos e cordeais
De caligrafia nobre
De alinhamento militar
Com assentos de luxúria
Sem rimas, e sem regras.
De vaidade atormentada
As linhas seguem calmas,
Pensamentos de momento,
Arranjos ocasionais
Vislumbram um sonho
Livre de si, que sai pela
Corrente da tinta.
Há ideias de terror
Ao beijar o papel,
Sob a forma de erro
O conjunto amontoado
Vai dando forma
E cor à tela de rascunho.
Letras de liberdade estranha
Vagueiam dentro do
Meu eu à procura
Da saída arriscada
Que por timidez,
Sob a forma geométrica
Estão fechadas
No circulo da vida.

Na corrente sanguínea
Do poeta o sangue dá
Lugar à tinta.
Aquando da inspiração.

2 comentários:

dmonge disse...

temos poeta...

Eskimo disse...

Muito bonito. Parabéns.