quarta-feira, julho 18, 2007

O mais, do que triste...

Foto: Alfredo Coelho da Cunha

Os putos da rua…
No meu bairro, como se diz no bairro onde vivo há 22 anos, há putos da rua. Já houve putos que se tornaram homens, tal como eu, e outros que deixaram a juventude para passarem para a fase adulta mais responsável. Mas nunca deixou de haver putos da rua. O bairro antigamente tinha zonas delineadas pelos mais putos. Havia os putos da rua da Farmácia, os putos do Largo do B.S., os putos do moledo, os putos da rua de cima, os putos da rua do Auto-Estrada, os putos da rua do Centro e mais outros e tantos putos de outras ruas. Foi uma expressão que passou de geração em geração dentro do bairro e que ainda hoje existe.
“É um puto da Rua 25 de Abril.” Foi o que ouvi no último Domingo dia 15 de Julho. Mais um puto da minha rua que não sobreviveu a um brutal acidente de viação. Tocava bateria, o seu irmão era baterista, o pai é baterista desde que me lembro de passar na sua porta há 22 anos atrás. Nomes, não obrigado que é doloroso de mais um pai perder o filho. Foi ontem a última homenagem ao puto da minha rua que faleceu com 19 anos. Já foram muitos os putos que vi partir daquele bairro, que deixaram de se ver nas ruas, mas que ainda hoje são os putos da rua X ou Y.

Vou continuar a esboçar um sorriso aos putos que passam por mim nas ruas do bairro.

1 comentário:

Anónimo disse...

A puta da vida não é nada mesmo... NADA. Tinha um post para escrever no fora, mas não tive coragem, pois o sentimento de tambem ter ido acompanha-lo à sua última morada, nem sei explicar. Como sabes, conhecia bem o miúdo e aliás toda a familia dele eu conheço. O pai é um baterista profissional, e ele o Filipe seguia os seus passos. Regressava dessa noite de um espectáculo, onde o sono o venceu a 400 metros de casa... E deixo a pergunta ( não a ti ) mas ao mundo: Para quê guerrinhas de merda, e desatinos, e conflitos? Todos vamos lá parar... PAZ ( só uma nota o Filipe tinha 19 anos )