domingo, julho 08, 2007

OP 53 (O Vento)



Nesta cave de cimento
Vigésimo quinto andar
Deixou-se de ouvir o vento
Deixou-se de ver o mar


Paredes e mais paredes
Luzes setas a indicar
Corredores, elevadores
Ninguém me vai agarrar


Eu sou o vento


E o vapor cor de rosa
Entra na circulação
Pelos poros p'la garganta
Dorme dorme solidão


Já não sei se é nostalgia
Se é das cenas p'ra dormir
Há quem grame a porcaria
Há quem foda sem se vir


Eu sou o vento
E assobio
E rodopio
E ando do quente p'ró frio

Eu sou o vento


Gritos Mudos - Xutos & Pontapés

2 comentários:

Anónimo disse...

Gosto ainda mais dos próprios "Gritos mudos":

Neons vazios num excesso de consumo
Derramam cores pelas pedras do passeio
A cidade passa por nós adormecida
Esgotam-se as drogas p'ra sarar a grande ferida

Gritos mudos chamando a atenção
P'ra vida que se joga sem nenhuma razão

E o coração aperta-se e o estômago sobe à boca
Aquecem-nos os ouvidos com uma canção rouca
E o perigo é grande e a tensão enorme
Afinam-se os nervos até que tudo acorde

Gritos mudos ...

E a noite avança, e esgotam-se as forças
Secam como o vinho que enchia as taças
E pára-se o carro num baldio qualquer
E juntam-se as bocas até morrer

Gritos mudos ...

OBS: E porque sou uma romantica :)
gosto especialmente das ultimas duas frases)

Bj da Fénix

mariano disse...

Afinal reconheceste a musica.
Grande albúns do Xutos numa altura de muita indefinição musical em Protugal. O vento é sem duvidas uma musica que quando tocada ao vivo provoca-me arrepios de alegria misturados com energias positivas e de combate social.É assim meio de muitas coisas, ms é bom.